TERRAS DE SESMARIAS MEDEIROS - UMA NOVA ESPERANÇA
O topônimo se deve mais uma vez, ao engenheiro JOAQUIM VIEIRA FERREIRA, fundador de Azambuja
no ano de 1877. O Ribeirão que nasce no alto da comunidade de São João
Grande, serpenteando toda a comunidade, na época, JOAQUIM já evidenciava
a abundância de AREIA existente. Embora por muitos anos ainda ser
citada como URUSSANGA BAIXA, inclusive constatei em alguns documentos, e
até para diferenciá-lo das muitas Urussangas existentes - Urussanga
Alta (atual Urussanga), São Pedro de Urussanga Baixa, São João de
Urussanga Baixa e Urussanga Velha -, foi predominando o topônimo
RIBEIRÃO D’AREIA.
Senhora Consolata - “Nossa Senhora do Consolo”, adotada como a padroeira da comunidade desde a 1ª festa religiosa realizada em 28 e 29 de Janeiro de 1888, promovida sempre pela comunidade e liderada pelas Senhoras: JUDITA “GIUDETTA” MOTINI SORATTO nascida na ITÁLIA em 22-05-1864 esposa do Sr. MOISÉS SORATTO e MARIA ÂNGELA FAVARON SALVAN esposa de FORTUNATO SALVAN e demais famílias da comunidade.
TOTONELLA, o apelido dos SALVAN's
- nos registros, tanto de matrimônio como de batismo dos dois filhos, os "SALVAN" eram "sopranominatos (apelidados)" TOTONELLA. E o interessante é que consta nos livros. Na época para distinguir as famílias, davam de apelidos...e agora eu só preciso saber o que significa TOTONELLA. Li em alguns livros que "sopranominavam" as pessoas que trabalhavam nas suas terras. Por exemplo: se você tinham pessoas que trabalhavam pra ti, elas eram chamadas de "os salvans". Talvez Totonella seja o sobrenome da familia para a qual o Fortunato trabalhava.
Como nossas pesquisas não param, como sempre afirmei que é um verdadeiro garimpo, agora recentemente, outubro de 2010, ADRIANA ROCHA, constatou que:
- Fortunato e Angela, junto com o Giuseppe e o Emilio, tiveram também uma menina, nascida na Itália em 1886, se chamava ANTONIA MARIA SALVAN.
Adriana traduz a certidão acima e faz as observações seguintes:
" No dia 8 marzo 1886
SALVAN, detta TOTONELLA, Antonia Maria di Fortunato e di Favaron Angela casados aqui no dia 8 fevereiro de 1882, nasce no dia 6 (seis) de marzo de 1886 às 4 da tarde e foi hoje às 5 da tarde batizada, do subscrito, sendo tenuta a sacra fonte da Muffato Domenico figlio di Amedeo, cidadão da aqui - parteira aprovada e sopra indicada."
Obs.:
1) ..."do subscrito..." quer dizer que foi batizada pela pessoa que estava escrevendo e depois assinou...que poderia ser o Padre da Paroquia ou o Capelão.
2) ..."sendo tenuta........." significa que foi padrinho o Senhor Domenico Muffato, figlio do Senhor Amedeo Muffato. Aqui quero que tu observes que é a mesma familia MUFFATO que aparece na lista de embarque do Navio PÓ...legal né!!!????
3)...."parteira....." significa que é a mesma das crianças nascidas anteriormente..que se chamava Elizabetta Schiavon...a mesma di Emilio....a unica da regiao!!!!
4) Observas uma outra coisa....a criança nascida anteriormente, de sobrenome CARRARO. Elas sao primas!!!! Maria Regina Carraro é prima de Antonia Maria Salvan...é filha de Josefa Favaron, que é irmã de Angela. Nascem quase no mesmo período e morrem também no mesmo período..observe a foto do certificado de morte (óbito).
No dia 16 de marzo de 1886, conforme certidão de óbito, faleceu a menina ANTONIA MARIA SALVAN.
É o CERTIFICADO DE MORTE, onde diz:
"No dia 16 de marzo de 1886, SALVAN, detta TOTONELLA, Antonia Maria di Fortunato e di Favaron Angela, casados, nascida no dia 6 de marzo de 1886, morreu no dia 14 de marzo às 2 da manha, de Tétano. Foi hoje às 10 da manha sepultada neste ceminterio com assistência da atual cooperativa."
Obs.:
1) "da atual cooperativa"....já naquela epoca a prefeitura pagava seja o transporte quanto o sepultamento daqueles que comprovavam não haver possibilidades (MISERÁVEIS).
2) O cemintério que hoje tem a Campocroce não tem nenhum SALVAN... porque o cemintério é novo. Alguns corpos do velho cemintério foram levados para o novo, mas somente das pessoas importantes. Eu imagino que como na epoca já não tinha mais nenhum SALVAN morando aqui, as pessoas não se interessaram de remover os corpos e tudo foi colocado em uma "vala comum".
Estou ainda para provar o que vou ti escrever: penso que em 1887 os únicos SALVAN que moravam a Campocroce eram a Rosa e Fortunato (Mãe e filho), com sua família e filhos. Todos os outros eram já mortos. E creio SERIAMENTE que se eles não tivessem imigrado, poderiam também, hoje, não existir mais a FAMILIA SALVAN que existe hoje. Isso estou colocando no meu livro, o quanto foi importante essa decisão deles de imigrarem, que no momento era só uma forma de sobrevivência, mas acabou sendo a construção de uma GERAÇÃO!!!!!!
Um grande abraço e assim que tiver mais novidades ti mando.
Quero um livro teu....quando vc vai publicar???
abraços
Adriana Rocha
ITÁLIA, em OUTUBRO DE 2010
Fortunato e Ângela, no Brasil, tiveram mais 06 (seis) filhos, (SANTOS, JACINTHO, JÚLIO, EUGÊNIO, PEDRO e uma menina). Fortunato foi o único SALVAN que veio para esta região. Nunca saiu da comunidade de Ribeirão D’Areia.
Seus filhos, liderados pelo primogênito JOSÉ "Giuseppe" SALVAN, O "Zé Totonella", a partir do ano de 1897, adquiriram terras na colônia de Sesmaria Medeiros, hoje localidade de RIO VARGEDO, no município de TREZE DE MAIO(SC), para onde migraram e fixaram suas novas residências, após seus casamentos.
FORTUNATO SALVAN, Faleceu no dia
07-03-1901, com 40 anos – Certidão de óbito Nº11/241 – fls.85 – livro
Nº01 – Cartório PAZ – PEDRAS GRANDES(SC), na localidade de Ribeirão
D’Areia, no município de PEDRAS GRANDES (SC). MARIA ÂNGELA, faleceu no
ano de 1941, com 78 anos.
Sempre despertou muita
curiosidade, principalmente aos descendentes de SALVAN, em saber quem
era CESAR SALVAN, nome que consta na placa (foto) fixada em frente à
Igreja da Comunidade de SÃO PEDRO, em homenagem aos colonizadores. Hoje
posso afirmar que foi um equívoco. O correto é FORTUNATO SALVAN, embora
ele tenha chegado no Brasil somente em Dezembro de 1887
Fortunato Salvan e sua esposa, Maria Ângela Favaron,
católicos e agricultores, no Porto de Gênova na Itália, emigraram para o
Brasil, em novembro de 1887. Chegaram no Brasil, no porto da cidade do
RIO DE JANEIRO, a bordo do navio “PÓ”, no dia 07-12-1887, segunda-feira. Ficaram hospedados, até o dia 11/12/1887 sexta-feira na Hospedaria dos Imigrantes ILHA DAS FLORES,
na cidade do RIO DE JANEIRO. Em seguida, a bordo do PAQUETE RIO NEGRO,
partiram para desterro, ilha de Santa Catarina e depois Laguna. Chegaram
em AZAMBUJA no dia 15-12-1887, terça-feira, com destino à RIBEIRÃO D’AREIA. Contribuíram muito na colonização das comunidades de SÃO PEDRO e RIBEIRÃO D’AREIA, no município de PEDRAS GRANDES(SC), onde fixaram residência.
Com eles vieram também:
- José “Giuseppe” Salvan, nascido em 04/12/1882 (05 anos) - Filho
- Emilio Salvan ”Guilherme”, nascido em 22/04/1884 (03 anos) – Filho
- Rosa Salvan, com 57 anos – Viúva - Mãe de Fortunato Salvan
- Rosa Salvan, com 57 anos – Viúva - Mãe de Fortunato Salvan
Ribeirão D'áreia - Igreja construída em 07-06-1976 (Desmanchada em 2007) PADROEIRA NOSSA SENHORA DO CONSOLO |
Praça Ribeirão D´Areia- 01-05-2006 |
RIBEIRÃO
D’AREIA, foi também o berço da família SALVAN. Dizem alguns dos nossos
ascendentes mais antigos, que FORTUNATO morou por alguns meses, por
engano, nas terras que foram destinadas à família SACCON, na localidade
de RIO COMPRUDENTE, que, na época da colonização se chamava Núcleo
Acioli de Vasconcelos (atual Município de Cocal do Sul-SC ). Em seguida
FORTUNATO migrou para RIBEIRÃO D’AREIA, que pertencia a colônia de
URUSSANGA. Ali gerou a Família FORTUNATO SALVAN.
A Comunidade de RIBEIRÃO D’AREIA
no Município de PEDRAS GRANDES - SC
A
devoção católica já era manifestada nos primeiros imigrantes que aqui
chegaram por volta do ano de 1887, trazendo juntamente a imagem de Nossa
Senhora Consolata - “Nossa Senhora do Consolo”, adotada como a padroeira da comunidade desde a 1ª festa religiosa realizada em 28 e 29 de Janeiro de 1888, promovida sempre pela comunidade e liderada pelas Senhoras: JUDITA “GIUDETTA” MOTINI SORATTO nascida na ITÁLIA em 22-05-1864 esposa do Sr. MOISÉS SORATTO e MARIA ÂNGELA FAVARON SALVAN esposa de FORTUNATO SALVAN e demais famílias da comunidade.
A
festa era tradicionalmente conhecida por “FESTA DA NOSSA SENHORA DO
TOCO”, apelido que também referenciava a comunidade devido a imagem
SANTA por muito tempo ficar acondicionada e protegida dentro de um
grande toco de madeira, esculpido por FORTUNATO SALVAN
Em 28 de janeiro de 2008, a comunidade de RIBEIRÃO D’AREIA, comemorará a 120ª FESTA EM HONRA A PADROEIRA NOSSA SENHORA DO CONSOLO. São 120 ANOS.TOTONELLA, o apelido dos SALVAN's
- nos registros, tanto de matrimônio como de batismo dos dois filhos, os "SALVAN" eram "sopranominatos (apelidados)" TOTONELLA. E o interessante é que consta nos livros. Na época para distinguir as famílias, davam de apelidos...e agora eu só preciso saber o que significa TOTONELLA. Li em alguns livros que "sopranominavam" as pessoas que trabalhavam nas suas terras. Por exemplo: se você tinham pessoas que trabalhavam pra ti, elas eram chamadas de "os salvans". Talvez Totonella seja o sobrenome da familia para a qual o Fortunato trabalhava.
ADRIANA ROCHA – 15-05-2009
Como nossas pesquisas não param, como sempre afirmei que é um verdadeiro garimpo, agora recentemente, outubro de 2010, ADRIANA ROCHA, constatou que:
- Fortunato e Angela, junto com o Giuseppe e o Emilio, tiveram também uma menina, nascida na Itália em 1886, se chamava ANTONIA MARIA SALVAN.
Certificado de batismo (nascimento) da Antonia Maria Salvan, irmã de Emilio e Giuseppe. Enviado por Adriana Rocha - 10/2010. |
" No dia 8 marzo 1886
SALVAN, detta TOTONELLA, Antonia Maria di Fortunato e di Favaron Angela casados aqui no dia 8 fevereiro de 1882, nasce no dia 6 (seis) de marzo de 1886 às 4 da tarde e foi hoje às 5 da tarde batizada, do subscrito, sendo tenuta a sacra fonte da Muffato Domenico figlio di Amedeo, cidadão da aqui - parteira aprovada e sopra indicada."
Obs.:
1) ..."do subscrito..." quer dizer que foi batizada pela pessoa que estava escrevendo e depois assinou...que poderia ser o Padre da Paroquia ou o Capelão.
2) ..."sendo tenuta........." significa que foi padrinho o Senhor Domenico Muffato, figlio do Senhor Amedeo Muffato. Aqui quero que tu observes que é a mesma familia MUFFATO que aparece na lista de embarque do Navio PÓ...legal né!!!????
3)...."parteira....." significa que é a mesma das crianças nascidas anteriormente..que se chamava Elizabetta Schiavon...a mesma di Emilio....a unica da regiao!!!!
4) Observas uma outra coisa....a criança nascida anteriormente, de sobrenome CARRARO. Elas sao primas!!!! Maria Regina Carraro é prima de Antonia Maria Salvan...é filha de Josefa Favaron, que é irmã de Angela. Nascem quase no mesmo período e morrem também no mesmo período..observe a foto do certificado de morte (óbito).
No dia 16 de marzo de 1886, conforme certidão de óbito, faleceu a menina ANTONIA MARIA SALVAN.
Certificado de óbito (falecimento) da menina Antonia Maria Salvan, irmã de Emilio e Giuseppe. Enviado por Adriana Rocha - 10/2010. |
É o CERTIFICADO DE MORTE, onde diz:
"No dia 16 de marzo de 1886, SALVAN, detta TOTONELLA, Antonia Maria di Fortunato e di Favaron Angela, casados, nascida no dia 6 de marzo de 1886, morreu no dia 14 de marzo às 2 da manha, de Tétano. Foi hoje às 10 da manha sepultada neste ceminterio com assistência da atual cooperativa."
Obs.:
1) "da atual cooperativa"....já naquela epoca a prefeitura pagava seja o transporte quanto o sepultamento daqueles que comprovavam não haver possibilidades (MISERÁVEIS).
2) O cemintério que hoje tem a Campocroce não tem nenhum SALVAN... porque o cemintério é novo. Alguns corpos do velho cemintério foram levados para o novo, mas somente das pessoas importantes. Eu imagino que como na epoca já não tinha mais nenhum SALVAN morando aqui, as pessoas não se interessaram de remover os corpos e tudo foi colocado em uma "vala comum".
Estou ainda para provar o que vou ti escrever: penso que em 1887 os únicos SALVAN que moravam a Campocroce eram a Rosa e Fortunato (Mãe e filho), com sua família e filhos. Todos os outros eram já mortos. E creio SERIAMENTE que se eles não tivessem imigrado, poderiam também, hoje, não existir mais a FAMILIA SALVAN que existe hoje. Isso estou colocando no meu livro, o quanto foi importante essa decisão deles de imigrarem, que no momento era só uma forma de sobrevivência, mas acabou sendo a construção de uma GERAÇÃO!!!!!!
Um grande abraço e assim que tiver mais novidades ti mando.
Quero um livro teu....quando vc vai publicar???
abraços
Adriana Rocha
ITÁLIA, em OUTUBRO DE 2010
Fortunato e Ângela, no Brasil, tiveram mais 06 (seis) filhos, (SANTOS, JACINTHO, JÚLIO, EUGÊNIO, PEDRO e uma menina). Fortunato foi o único SALVAN que veio para esta região. Nunca saiu da comunidade de Ribeirão D’Areia.
Seus filhos, liderados pelo primogênito JOSÉ "Giuseppe" SALVAN, O "Zé Totonella", a partir do ano de 1897, adquiriram terras na colônia de Sesmaria Medeiros, hoje localidade de RIO VARGEDO, no município de TREZE DE MAIO(SC), para onde migraram e fixaram suas novas residências, após seus casamentos.
Este mapa foi uma grande gentileza do Agrimensor Sr. Walmir Fernandes - Lauro
Muller(SC) Nossos agradecimento por Ele ter guardado e nos cedido esta relíquia. |
Filho de: ROSA SALVAN e Pai desconhecido
Nasceu dia 11-05-1859 em Campocroce, comune
de Mirano, provincia de Veneza, região Veneto - Itália. Foi batizado no mesmo
dia do nascimento, pois corria risco de morte.
Casou-se
em 08 de fevereiro de 1882, aos 22 anos de idade, na Paróquia de
Campocroce, comune Mirano, provincia de Veneza, com Maria Angela Favaron, 19
anos, nascida no ano de 1863 na cidade de Martellago, província de Veneza,
região Veneto. Filha de Giacinto Favaron e Antonia Gambaro. Foi somente no dia
27 de novembro de 1882 que o casal, Fortunato e Angela, se casaram na comune da
cidade de Mirano. Conforme certidao de matrimonio nº 45 emitida pela comune de
Mirano, provincia de Veneza, Itàlia.
CERTIDÃO CASAMENTO FORTUNATO e ANGELA - LIVRO NA ITALIA Por ADRIANA ROCHA |
As mulheres, aqui na Itália, quando
se casam, não recebem o sobrenome do marido, isso quer dizer que na
realidade, o nome correto de Ângela é MARIA ÂNGELA FAVARON, já que eles
se casaram aqui na Itália. ( e a lei é assim até hoje).... isso serve
também para os filhos.... os filhos não recebem o sobrenome da Mãe, só
da parte paterna, isso quer dizer que o Pai de Ângela é que era FAVARON e
não sua Mãe. Penso com tudo isso que o nome deles são: GIACINTO FAVARON
e ANTONIA CAMBARO. Claro que no Brasil acabaram modificando por falta
de conhecimento nos cartórios, mas, penso que assim é mais correto, mas
veja tu como fica melhor.
Fortunato e Maria Ângela,
encontram-se sepultados no jazigo de seu filho EUGÊNIO SALVAN, no
cemitério público da comunidade de São Pedro, município de Pedras
Grandes(SC).
CAMPOCROCE
Campocroce é uma "frazzione" (tipo um
bairro) de Mirano. Mirano é onde tem a Comune (prefeitura, cartório,
etc.) Fazem parte da Comune de Mirano algumas "Frazzione", dentre elas
Campocroce.
A única informação que tivemos durante
todos esses anos, sobre o Fortunato, era que ele era de Padova. Somente
com a ida do Zezinho Salvan na Itália, em 1999, descobrimos o seu
certificado de batismo em Lozzo Atestino. Mas sempre faltou a certidão
de CASAMENTO do Fortunato, para aqueles que são descendentes dos filhos
brasileiros e também a de nascimento do Emilio, que nunca tinha sido
encontrada.
Mas, a Lucinha Salvan, vai até a Diocese
de Tubarão em busca de uma certidão de batismo de um dos filhos
brasileiros do Fortunato, e diferente de todas as outras certidões,
nesta Fortunato declara ser procedente de CAMPOCROCE. Foi a primeira vez
que sentiamos falar deste nome.
Na época eu trabalhava na Prefeitura de
Criciuma, e nós haviamos um "gemellagio" com Vittorio Veneto/Treviso, e
eu havia alguns contatos com a Província de Treviso e algumas amizades.
Pedi que eles fizessem uma busca na região Veneta de cidades ou
frazzione chamadas Campocroce.
PORQUE SOMENTE NA REGIAO VENETA?
Porque era muito difícil que eles
naquela época mudassem de região. Primeiro pelo dialeto. Naquela época
não se falava italiano e cada província falava o seu dialeto, assim
supomos que Fortunato não sairia da Região Veneta. Outra hipótese, era
trabalho. A região mais produtiva da Itália foi e continua sendo a
Nordeste, isto compreende a região veneta. Encontramos algumas
frazziones com o nome Campocrocce (campo da cruz) e uma delas na Cidade
de Mirano. Numa busca feita na Comune, encontramos os "abençoados
documentos". E por isso tudo nos leva a crer que eles moravam em
Campocroce, mas como até hoje, são obrigados a fazerem seus registros na
Comune de Mirano.
Toda a pequena região de Mirano, antes
de pertencer a Província de Veneza, pertencia a Província de Padova.
Devendo ser dali que em outros documentos Fortunato declarava de
provenir de PADOVA/Itália, assim como Emilio declarou nas certidões de
nascimento dos seus filhos. Por isso que nas buscas feitas por todas as
comunes da Província de Padova, nada constou.
Um grande abraço!!
ADRIANA ROCHA
Mirano - Itália - 17/01/2007
Filha de: Rui Salvan Rocha
Neta de: IOLANDA SALVAN ROCHA
Fortunato e Angela
UM GRANDE AMOR
Eu acho a vinda do Fortunato pra Mirano uma história de aventura, mas também de amor...
Um jovem que sai do seu "paese" (pois
aqui chamamos cidade também de país, com certeza uma cultura de anos, já
que cada província tinha sua própria língua), provavelmente sozinho,
pois não há registro de nenhum Salvan por essas redondezas... vem
construir uma vida nova e acaba encontrando um grande AMOR!!! Não tenho
duvida desse amor, pois todos os dois eram contadinos (agricultores),
que trabalhavam para os Senhores, e por isso deduzimos que não foi um
"casamento arranjado", como acontecia na época com os mais ricos.
Outra coisa é que ele era um rapaz de
uma outra cidade, um "estrangeiro", que naquela época (e ainda hoje),
eles não aceitavam com muita facilidade o casamento entre pessoas de
cidades diferentes, sem que se conhecem os familiares.
ADRIANA ROCHA
Mirano - Itália - 17/01/2007
Filha de: Rui Salvan Rocha
Neta de: IOLANDA SALVAN ROCHA
NOVO MUNDO
Veneza foi dona por muitos anos de todo o
mediterrâneo. Pois através dos seus portos e da facilidade de chegar
até a Ásia ou ao Oriente, no comércio dos tecidos e especiarias, era a
única fornecedora para toda a Europa. Não podemos esquecer que Marco
Polo, o grande desbravador, era veneziano. E Veneza sempre foi conhecida
pelos seus grandes "marinheiros". Veneza havia nas mãos o monopólio do
Comércio. Não esqueça que até o sec. 18, a Itália era dividida por
províncias, e cada província havia o seu "Governador". Cada província
falava uma língua (dialeto) diferente. Era como se fossem vários paises
separados dentro de um mesmo pais.
Toda a região veneta, pertencia a
Veneza. O centro, o comércio e os "senhores venezianos" moravam na
laguna Veneza, em meio ao mar. Toda a parte de terra firme era vazia.
Toda a região onde moro hoje, Mirano e arredores, era tudo campo de
cultivação e de propriedade dos senhores venezianos. Como na "Ilha"
Veneza, não se cultivava nada, os senhores mantiam suas casas no campo
com seus empregados plantando e cuidando dos animais e assim eles tinham
o que comer. Eles também tinham casas por toda a Riviera di Brenta, que
era as casas de "Praia" deles, onde no verão iam descançar.
Veneza sempre foi desejada por todos. Todos queriam conquistá-la e ter nas mãos o comércio "mundial".
Era certamente o melhor lugar para
encontrar trabalho. Assim muitos "contadinos" (agricultores), sem estudo
e sabendo somente fazer trabalhos agrícolas, buscam nos senhores
venezianos e nas suas propriedades trabalho e principalmente COMIDA.
Porque aqueles que trabalhavam tinham o que comer. Pensando numa época
de escassez, peste, e muita miséria e fome, é a solução para um rapaz
que não sabe mais o que fazer. Como muitos até hoje fazem, buscou em
outra região um trabalho para se sustentar e recomeçar uma nova vida.
Em 1492 Colombo descobre a América, a
mando da rainha da Espanha, que cansada de estar na mão de Veneza,
investe altíssimo para que Colombo chegue a África sem passar pelo
mediterrâneo. Com a descoberta do novo mundo, aos poucos Veneza vai
perdendo seu monopólio.
Em 1797 Napoleão Bonaparte toma Veneza e num acordo com a Áustria, passa Veneza na mão dos Austríacos.
Passando mais uma vez pela mão de
Napoleão, que morou e destruiu muita coisa nesta região, Veneza somente
passa a mão dos Italianos em 1866. Nesta região já não se tem mais o que
fazer e todos estão morrendo de fome, frio, doenças. As crianças passam
a polenta e vinho. Os senhores venezianos, assim como os ratos, são os
primeiros a abandonarem o barco, e ou vendem ou abandonam tudo para não
serem mortos ou saqueados. Não há mais trabalho. NAO HÁ MAIS NADA!!!
Em 1888 há a abolição dos escravos no
Brasil e a necessidade de mão-de-obra para colher o café. Mesmo antes da
abolição os senhores dos cafezais brasileiros já contratavam a
mão-de-obra italiana, que os Estados Unidos já tinham contratado antes,
para trabalhar pra eles.
Fugindo da miséria, pois Veneza não é
mais a mesma, imaginamos que buscar uma nova vida no "Novo Mundo" seja a
coisa mais certa pra se fazer. E para um aventureiro (pois creio que
Fortunato tinha esse espírito), que já havia feito isso antes, saindo da
sua região e mudando-se para uma outra, pega sua família, vende tudo
que tem e parte para essa nova esperança!!!!!
Um grande abraço!!
ADRIANA ROCHA
Mirano - Itália - 17/01/2007
Filha de: Rui Salvan Rocha
Neta de: IOLANDA SALVAN ROCHA
MARIA ÂNGELA FAVARON SALVAN, a
noninha, hoje eu posso afirmar que ela foi uma heroína. Foi uma MÃE.
Ficou viúva aos 38 anos de idade, quando faleceu FORTUNATO SALVAN, no
dia 07-03-1901, com 40 anos. Com ela ficou os filhos:
1. José “Giuseppe” Salvan, com 18 anos de idade;
2. Emílio Salvan, com 16 anos de idade;
3. Santos Salvan, com 12 anos de idade;
4. Jacintho Salvan, com 10 anos de idade;
5. Júlio Salvan, com 05 anos de idade;
6. Eugênio Salvan, com 03 anos de idade;
7. Pedrinho;
8. Uma menina.
Somente alguns netos
lembram da noninha. Os que a viram a noninha, nos seus 70 anos de idade,
lembram dela corcunda, aniquilada, com lenço na cabeça, sempre fazendo
crochê. Não encontramos foto dela e de FORTUNATO também. Ela era muito
devota de Nossa Senhora do Consolo.
Em 1915, Maria Ângela,
com 52 anos de idade, comprava “FIADO”, com prazo de ano para pagar,
no armazém de compras de ANTONIO CECHINEL FILHO. Note que ainda na
época, a localidade também se chamava de URUSSANGA BAIXA ,“Urussanga
Bassa”.
A original dessa cadernetinha de compras, encontra-se aos cuidados de ARMÓDIO SALVAN “NIM”.
Caderneta de compras usada por ANGELA MARIA FAVARON SALVAN, para fazer compras "fiado" com prazo de ano para pagar. Comprava no mercado existente na época em Ribeirão d´Areia, que alí também era chamado de Urussanga Bassa - Urussanga Baixa. O nome do mercado - que na epoca era chamado de "venda" - era: CASA DE ANTONIO CECHINEL & FILHOS. Esta caderneta pertence ao Sr. ARMÓDIO SALVAN (Nim). Nossos agradecimentos por ter guardado este documento. |
A original dessa cadernetinha de compras, encontra-se aos cuidados de ARMÓDIO SALVAN “NIM”.
Igreja da Comunidade de SÃO PEDRO DE URUSSANGA BAIXA no município de PEDRAS GRANDES-SC na divisa com o município de URUSSANGA-SC |